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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Austrália



Cânion Thunder
A primeira exploração das passagens labirínticas de arenito do cânion Thunder por um grupo de canionistas em 1960 deu impulso à popularidade do esporte


Cânion Hole-in-the-Wall
Um canionista desce pelo cânion Hole-in-the-Wall Canyon no parque nacional Blue Mountains


Buraco Negro de Calcutá no cânion Claustral


Cânion Empress, na Austrália


  Os suíços têm montanhas, e por isso escalam. Os canadenses têm lagos, e então remam. Os australianos têm cânions, e se aventuram neles em uma forma híbrida de loucura – uma mistura de montanhismo com exploração de cavernas, na qual se vai sempre para baixo, seguindo um rio, muitas vezes dentro de túneis úmidos e passagens claustrofóbicas. Ao contrário de outros destinos com cânions estreitos, cavados pela água nas rochas, como em Utah ou na Jordânia, a Austrália tem uma herança rica e profunda dessa experiência, o canyoning, ou canionismo.
De certa forma, é uma maneira extrema de bushwalking, a travessia de regiões inóspitas que era hábito dos aborígines, e algo que eles faziam milhares de anos antes da chegada dos europeus. Entretanto, sem cordas nem equipamentos, os nativos não podiam explorar as fendas mais profundas.
Nos dias atuais, milhares de australianos exploram os abismos, descendo por eles com cordas. Mas apenas um punhado de malucos explora cânions selvagens. Esses indivíduos determinados tendem a ter pernas de jogador de rúgbi, joelhos cheios de cicatrizes e arranhões, tolerância de pinguim à água gélida, habilidade de canguru para pular de rocha em rocha e disposição de marsupial para rastejar na umidade. Preferem usar tênis de lona com sola de borracha, shorts esfarrapados, perneiras rasgadas e camisetas de algodão barato. Acampam ao lado de pequenas fogueiras e fazem jaffles para o café da manhã. Jaffles, diga-se, são sanduíches com todo tipo de ingrediente – inclusive Vegemite, um extrato de levedura de sabor peculiar – preparados em um tipo de tostadeira.
Muito além de desafiar o próprio paladar, contudo, o que esses aventureiros querem é testar seus limites nos cânions remotos e de difícil acesso. “Quanto mais escuro, estreito e tortuoso, melhor”, diz Dave Noble, um dos experientes exploradores de cânions do país. “As pessoas me perguntam: ‘E se você ficar preso lá’? Acontece que é exatamente isso que buscamos: sermos forçados a improvisar para poder escapar.

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