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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Parque Nacional das Emas

Rio Formoso, o principal curso d água do Parque


Considerado o santuário ecológico do cerrado brasileiro, o Parque Nacional das Emas surpreende e encanta ambientalistas, fotógrafos, cinegrafistas, visitantes e, sobretudo, os pesquisadores pela sua rica diversidade de espécies tanto de animais quanto vegetais. Caminhar por este Parque é como se estivesse, literalmente, dentro de um zoológico a céu aberto.
Criado em janeiro de 1961 com o objetivo de preservar um dos ecossistemas mais frágeis do Brasil e também proteger a ema, maior ave brasileira que chega a alcançar 1,5 metros de altura, é a única Unidade de Conservação que apresenta todos os tipos de cerrados existentes no país. Por isso, em dezembro de 2001, foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, pela UNESCO.
Está situado no sudoeste goiano, entre os municípios de Mineiros e Chapadão do Céu, fazendo divisa com os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde também abrange parte do município de Costa Rica, nas terras altas das nascentes do Rio Araguaia, com área de 132 mil hectares. Limita-se ao norte pelo Rio Jacuba e ao sul pelo Rio Formoso – um recanto de grande exuberância e, ao mesmo tempo, tão frágil.
História - No Planalto Central, há cerca de 10 mil anos, os povos caçadores e coletores deixaram suas marcas, na forma de pinturas rupestres e através dos artefatos de pedra e cerâmica, nas grutas que habitavam para se protegerem do ambiente frio e árido.
Mais recentemente, o clima, semelhante ao atual, fez com que a ocupação humana se espalhasse pelos vales férteis dos chapadões e a região foi habitada, durante séculos, pelos índios Caiapós e Bororós que viviam da agricultura de subsistência.
A partir da década de 70, com a expansão pecuária e agrícola, o Cerrado sofreu mudanças significativas passando a ter outra característica, sobretudo, com a implantação de Brasília, que transformou o Centro-Oeste brasileiro em um pólo migratório resultando em grandes impactos ao ambiente natural.
Preocupado com a situação, um fazendeiro da região, sensibilizado pela caça indiscriminada, levou a idéia a um senador de Goiás para que fosse criado o parque nacional e, assim, proteger a ema, que corria grande risco de extinção.
Incrições rupestres, em Serranópolis 
Neste parque, os números de espécies encontradas são estonteantes e compreende um dos últimos refúgios ecológicos onde é comum o trânsito livre de animais silvestres. Ao percorrê-lo, facilmente podem ser avistados bandos de porcos-do-mato, capivaras, veados-campeiros, além das emas que correm soltas de um lado para o outro.
Também encontram-se animais que andam em menor quantidade, como tamanduás-bandeira, raposas, cachorros-do-mato, antas, tatus, jaguatiricas e até sucuris. Podem ser vistas algumas espécies que se encontram em fase de extinção, como lobo-guará, cachorro-do-mato-vinagre, tamanduá-mirim e o curioso tatu-canastra.
Entre as aves, há araras, corujas, curicacas, gaviões, gralhas-do-campo, maitacas, periquitos, papagaios, pássaros-pretos, pica-paus, seriemas, tucanos, urubus-de-cabeça-vermelha. Enfim, aqui habitam cerca de 400 espécies de aves, incluído 19 endêmicas e 14 ameaçadas de extinção.
O parque abriga ainda duas espécies endêmicas raras, como o bacurau-de-rabo-branco (Eleothreptus candicans) e o caboclinho-de-papo-branco (Sporophila palustris), vistas recentemente e suas ocorrências no Brasil limitam-se ao Parque Nacional das Emas.
Ameaças - Entretanto, toda esta riqueza biológica está seriamente ameaçada pela extensa fronteira agrícola no entorno da sua área, configurando-a com uma ilha isolada. A cada dia que passa as imensas plantações de soja, milho e algodão vão tomando conta da região. Um exemplo ocorre com as emas que, por não saber os limites do parque, invadem as fazendas vizinhas e comem os grãos e pragas contaminadas pelos agrotóxicos utilizados nas plantações.

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